A FCC Construção e a Convensafueron foram adjudicadas o projeto da nova Linha Rubi (H) do Metro do Porto, entre a Casa da Música e Santo Ovídio. O projeto, com um valor superior a 379 milhões de euros, representa o maior compromisso do Plano de Recuperação e Resiliência em Portugal assinado até à data.

Este projeto, que se estabeleceu como um claro exemplo de inovação no setor AEC, foi apresentado na Esri International Infrastructure Management & GIS Conference (IMGIS), um dos eventos mais importantes do setor AEC a nível global, onde a empresa relatou a mais de 1000 profissionais a utilização de soluções tecnológicas de ponta, como fluxos GIS-BIM ou gémeos digitais, entre outras, para ampliar uma rede de metro pela qual circularam 79 milhões de pessoas em 2023.

Os gémeos digitais, representações virtuais do mundo real que incluem objetos físicos, processos, relações e comportamentos, e que permitem replicar o funcionamento do território e das infraestruturas num ambiente controlado e em escala, foram utilizados neste projeto para visualizar, analisar e controlar todos os tipos de parâmetros e processos relevantes, como o avanço das obras, gerar modelos 3D a partir de nuvens de pontos LIDAR e integrar-se com o fluxo GIS-BIM.

GIS e BIM: a dupla que define o futuro digital do setor AEC

A FCC Construção, como líder no desenvolvimento de infraestruturas a nível internacional, está na vanguarda tecnológica do setor, algo que ficou patente no desenvolvimento da Linha Rubi do Metro do Porto, com a utilização da metodologia BIM e dos Sistemas de Informação Geográfica, GIS pela sua sigla em inglês. 

O projeto conta com um avançado sistema de integração tecnológica baseado em fluxos GIS-BIM que permite a gestão centralizada e geolocalizada de todos os modelos construtivos, bem como outras fontes de dados espaciais relacionadas com o projeto, e também a integração de dados observados por plataformas externas de monitorização. Através da plataforma ArcGIS e da nuvem da Autodesk, os modelos BIM são sincronizados automaticamente com dados em tempo real, facilitando o trabalho colaborativo entre equipas. Além disso, graças aos scans LIDAR, às câmaras 360º e à fotogrametria aérea, é possível gerar gémeos digitais de alta precisão, essenciais para o acompanhamento técnico e a tomada de decisões estratégicas.

Nas palavras de Cristina Carrera, Team Lead Utilities & AEC da Esri Espanha: “o uso de gémeos digitais com informações BIM&GIS em um projeto de infraestrutura nos permite uma melhor compreensão e monitorização da obra, trabalhando em um ambiente colaborativo, o que se traduz em redução de tempos, custos e maior eficiência na gestão de materiais e recursos do projeto.

Ao utilizar um sistema integrador como o ArcGIS, que permite e promove a interoperabilidade de dados e sistemas e a colaboração, foi possível visualizar e controlar melhor o sistema de monitorização composto por sensores como inclinómetros, piezómetros e sistemas óticos, entre outros, cujos dados podem ser consultados de forma unificada num único painel de controlo e permitem observar em tempo real a evolução da obra e do ambiente.

Segundo Jose Rafael Camacho Montes, Chefe do Gabinete Técnico do Consórcio Linea Rubi: «A incorporação da tecnologia GIS-BIM e de ferramentas de captura da realidade, como drones ou câmaras 360º, e a integração numa única plataforma dos dados de monitorização permitiu-nos dar um salto qualitativo na gestão de infraestruturas complexas». Graças a estas soluções, não só melhoramos a eficiência e o controlo do projeto, como também reforçamos o nosso compromisso com o ambiente e a sustentabilidade».

A dimensão ambiental ao alcance de um clique

A FCC Construcción e a Convensa, através da tecnologia da Esri, conseguiram catalogar todas as massas arbóreas situadas no raio de ação do projeto e identificar quais poderiam ser afetadas pelo avanço das obras e o grau de afetação das mesmas.

Esta informação está acessível em tempo real e é partilhada com as autoridades e serviços municipais, o que facilita a tomada de decisões conjunta. Além disso, o processo de inventariação e acompanhamento foi otimizado através da utilização de aplicações móveis, o que agiliza a recolha de dados, reduz erros e melhora a rastreabilidade das ações. Esta ferramenta não só permite planear medidas de proteção ou transplante, como também contribui para manter uma visão global do impacto ambiental do projeto.